domingo, 17 de agosto de 2014

A lista do nunca (Koethi Zan)

Título: A lista do nunca
Autora: Koethi Zan
Título original: The never list
Tradução: Elvira Serapicos
Editora: Companhia das Letras
Selo: Paralela
Ano: 2013
Páginas: 274





Este livro foi muitíssimo comentado no fim do último ano e início deste. Acho que sou uma das últimas pessoas a falar dele, mas mesmo assim irei comentar, porque pode ser que exista aí do outro lado do monitor alguém que, como eu, gosta de deixar a 'badalação' diminuir.

Faz algum tempo que eu terminei de ler este livro, então não posso garantir que serei fiel a sinopse, por isso não vou me prolongar demais no texto.

Eu tinha visto alguns vídeos a respeito deste livro e as opiniões eram bastante divergentes, gente que amava, outras que não gostaram muito da obra por causa do final... Enfim, só lendo mesmo para tirar as conclusões. Este livro foi bem surpreendente. Esperava encontrar uma boa narrativa, uma história bem marcante e foi isso mesmo, minhas expectativas foram correspondidas.

O livro conta a história de Sarah e Jennifer, duas amigas que aos 10 ou 12 anos, não me recordo bem, sofrem um acidente de carro e, traumatizadas, começam a escrever um rol de coisas que não devem ser feitas, afim de evitar outros acidentes, sequestros, enfim, qualquer catástrofe. Este rol é chamado de "a lista do nunca" (de onde deriva o título da obra). Tudo estava correndo muito bem, as meninas viveram a adolescência de acordo com as regras por elas impostas, até que um descuido durante uma festa da faculdade originou o evento chave desta narrativa.

As meninas são sequestradas e passam 3 anos trancadas em um porão, vivendo todo tipo de tortura, física e psicológica. O homem que as mantém em cativeiro é um sádico, às vezes a leitura ficava bem densa pelas torturas que as personagens sofriam. Era um horror. É bastante cativante no livro essa empatia que a autora consegue criar com o leitor, justamente pelo fato da história ser bem real, porque encontramos casos correspondentes nas manchetes dos mais diversos jornais, infelizmente.

A história é narrada pela Sarah aos 28, 30 anos (13 anos após a ida ao cativeiro) e vemos claramente os impactos na sua vida, os traumas e as consequências devastadoras dessa experiência. Tudo nesse livro é muito bom, muito crível. Eu li bem rápido. Apesar de ter uns momentos fortes, é livro para pegar e não largar mais. A leitura fluiu incrivelmente bem, num ritmo agradável e gostoso. É um suspense envolvente e surpreendente. Em momento algum consegui decifrar aspectos da trama antes que a autora permitisse, fiquei satisfeita com isso, porque é sempre agradável ler uma história que foge do lugar comum. Se é um suspense, mistério é essencial e o livro cumpriu bem esse papel.

Concordo com as pessoas que se queixaram do final, também fiquei meio "hã?"! Gostei do livro inteiro, mas não gostei tanto assim do final. Achei que houve uma quebra no ritmo da narrativa, a história fluía bem, com o nível certo de desenvolvimento e, de repente, o final ficou mais lento, muita conversa e uma redução considerável na ação. Também achei um pouquinho forçado. Senti falta de mais detalhamento em alguns pontos. Mesmo assim não deixa de ser inesperado. No geral, gostei muito.



 Achei essa capa meio sem graça, porque gosto de capas mais artísticas, no entanto, o responsável pela capa conseguiu fazer um trabalho digno, fiel a história, retratando bem o enredo. Essa cor vermelha já coloca o leitor em clima de tensão, ansiedade. O arremate é dado pela imagem do buraco da fechadura, que passa uma ideia de pessoas sendo presas e observadas. Outro ponto interessante é que dentro da fechadura vemos a lista do nunca. É uma arte legal.



É claro. Cobri a boca com a mão. Senti vontade de consolá-la, mas não havia conseguido desenvolver essa habilidade em toda a minha solidão. Percebi que havia permitido que minha incapacidade de recuperação do meu passado encolhesse o meu mundo de tal forma que só restara espaço para mim. Agora me ocorria, realmente pela primeira vez, que as pessoas ferradas podiam se transformar em uma espécie de narcisistas. A tal ponto que eu, por exemplo, mal conseguiria reconhecer que os outros poderiam precisar de mim. (Zan, p. 151).



Minha vida tem estado bem corrida, por isso estou revendo a dinâmica de postagens. Talvez eu passe a comentar 2 ou 3 livros de uma vez, mas ainda estou analisando.

Em setembro estudo também a possibilidade de criar uma coluna mensal ou quinzenal (ainda analiso a periodicidade) para escrever sobre coisas aleatórias (filmes, séries, músicas, assuntos mais pessoais, etc). Veremos no que dá!

Isso é tudo por hoje!
Abraços!


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