domingo, 27 de julho de 2014

Indicação de canais literários

Olá, tudo bem com vocês?

Eu costumo postar aqui no blog apenas uma vez por semana, mas como a semana passada eu não publiquei nada, hoje tem post especial para compensar. ;)

Alguém uma vez me perguntou o motivo para eu não começar um canal literário e a resposta é muito simples: É que "eu quero evitar a fadiga" (parafraseando o Jaiminho do Chaves). Meus conhecimentos em informática são bem modestos, eu demoraria um século para editar um vídeo por mais simples que fosse e eu não tenho paciência para fazer uma coisa que me consuma tanto tempo assim.

A outra razão importante é que sempre fui do tipo que acredita na máxima: "Se não tem nada de novo ou interessante para acrescentar, então fica calada". Eu tenho que ser honesta, não sei se eu teria a desenvoltura necessária para falar sobre livros em um vídeo, provavelmente esta atividade seria hercúlea para mim, além do que, eu não teria nada de novo a oferecer a um possível seguidor, porque não consigo imaginar, pelo menos por hora, uma ideia inovadora na forma de falar sobre livros.

Acompanho muitos canais excelentes, com pessoas que fazem muito bem o que se propõem fazer e por isso prefiro a satisfação de acompanha-las a ter que fazer meus próprios vídeos. Resolvi, então, fazer um post com a indicação de alguns canais literários que acompanho. A princípio eu pensava em selecionar 5, mas vi que seria impossível, então aumentei para 10 e ainda assim não deu. Separei 14 indicações (isso com muito aperto no peito, porque muitos canais bacanas ficaram de fora). Eles estão indicados em ordem aleatória, ok?

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Bonequinha de luxo (Truman Capote)

Título: Bonequinha de luxo
Autor: Truman Capote
Título original: Breakfast at Tiffany's
Tradução: Samuel Titan Jr
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2005
Páginas: 145






Bonequinha de luxo é uma daquelas obras maravilhosas que a gente pega para ler e nunca mais esquece. Que leitura agradável! Tudo no livro flui naturalmente. Esta, com certeza, vai ser eleita uma das minhas leituras favoritas de 2014.

Bonequinha de luxo é uma novela escrita em 1958 por Truman Capote, renomado escritor e jornalista. Temos no livro um narrador-personagem cujo nome nunca chegamos a conhecer. Sabemos apenas que em algum momento a protagonista vai denominá-lo de Fred em homenagem ao irmão dela. Fred, o narrador, é um escritor. Ele conta ao leitor como foi sua chegada a Nova York, sua vida no minúsculo apartamento que vivia, seus vizinhos e sua convivência com Holly. É através da narrativa de Fred que ficamos conhecendo mais a respeito da Srta. Holly Golightly, uma jovem de seus 18, 19 anos, que leva a vida como uma acompanhante e todos os dias, praticamente, quando volta de suas saídas noturnas, gosta de tomar café da manhã observando a vitrine da Tiffany (joalheria muito conceituada e super famosa). O livro traz outros personagens bem marcantes, como, por exemplo, um gato chamado gato, uma modelo gaga, um aristocrata gay que vive no armário, um diplomata brasileiro que vive em contato com Holly, entre outros.

Apesar da temática, este livro não tem nada de imoral no seu linguajar. Nada do que está escrito é construído para agredir ou criar rejeição. As palavras são apenas pincéis que delineiam criaturas não tão óbvias. Percebi uma grande delicadeza por trás da escrita do autor, que construiu uma narrativa focada nos relacionamentos de seus atores, na construção da personalidade desses personagens, que são bem reais, humanos demais, com suas virtudes e vícios, nem sempre em uma equação equilibrada. Truman Capote tem uma das escritas mais gostosas que já li. Foi uma delícia ler esse livro. Nossa, sem palavras!

Me chamou muita atenção o fato dele conseguir dar uma voz feminina tão verdadeira à protagonista. Enquanto lia, enxergava claramente uma mulher, esquecia que era um homem por trás daquelas palavras. Quando chegava a hora de ser o homem, a voz masculina do narrador também era ativa e marcante. Poucas vezes vi tanta sutileza em um autor. Ouso dizer que Capote pode vir a ser um dos meus autores preferidos. Ele já é, só espero a leitura de outras obras para bater o martelo.

Outra pessoa pode ler este livro e não perceber nada de significativo, mas eu percebi muitas nuances que envolveram. Temos como protagonista da história, uma jovem prostituta que naturalmente poderia me causar alguma rejeição. Apesar de parecer frívola e cabeça de vento, ela cativa o leitor aos pouquinhos e quando nos damos conta, estamos também caindo de amores pela Srta. Golightly. Ela tem um passado triste, bastante sofrível, que revela essa dor sutil na narrativa, mas que não pesa, não rouba a cor.

O título já se tornou emblemático, um ícone tal qual sua obra. Ele também se associou fortemente ao nome de Audrey Hepburn, atriz que viveu nas telas o papel de Holly, na adaptação de 1961. O filme foi o maior motivador para essa leitura. Sou fã incondicional da Audrey Hepburn. Para mim ela sempre será a mulher mais linda e elegante de todas, uma inspiração. Tenho uma coleção bem modesta dos clássicos que esta atriz maravilhosa atuou e dentre os filmes que tenho, bonequinha de luxo é um dos meus favoritos. Acho que a adaptação cinematográfica faz jus a obra literária, no geral, foi um filme bem adaptado. Alguns pontos são bem divergentes nas duas obras. O que chama bastante atenção é que no livro a Holly tem 19 anos e no filme deve ter uns 30. O filme foca o relacionamento amoroso entre Holly e Fred, que no livro não acontece. Em nenhum momento há um envolvimento amoroso entre os dois, os sentimentos entre eles nunca ficam claros. Apesar dessas mudanças, recomendo as duas obras, que se completam imensamente.

Esta minha edição traz além do romance principal mais 03 contos: Uma casa de flores, Um violão de diamante e Memória de Natal. São três contos bem escritos, mas particularmente não gostei muito do Uma casa de flores. Achei um conto nonsense demais, não consegui compreender o nexo da coisa... Enfim, foi viajado demais para mim. Os outros dois me agradaram, são bons, apesar de eu esperar por um texto que me fizesse derramar litros de lágrimas. Mas é só uma questão de perspectiva.




Esses foram meus breves comentários de mais uma obra bacana que eu super recomendo.

Beijos e até o próximo post.

domingo, 13 de julho de 2014

O grande Gatsby (F. Scott Fitzgerald)

Título: O grande Gatsby
Autor: F. Scott Fitzgerald
Título original: The great Gatsby
Tradução: Vanessa Barbara
Editora: Companhia das Letras
Selo: Penguin Classics
Ano: 2013 (2ª reimpressão)
Páginas: 256





Desconfio que escrever sobre O grande Gatsby será uma tarefa árdua, não que eu não tenha gostado da história, muito pelo contrário, mas não tenho palavras para descrever minha experiência de leitura. Realmente estou sem palavras. Cada vez que jogo alguma letra nesta tela, sinto meu cérebro se contorcer e minha inspiração se esvair.

Quando penso neste livro me vem a cabeça apenas lembranças fragmentadas, recortes infiéis de uma narrativa cuja leitura foi enviesada. Demorei 16 dias, aproximadamente, para terminar esta leitura. Dentro deste período, passei 01 semana sem tocar no livro, não li absolutamente nada. Tinha vindo de um período agitado e não conseguia encontrar a dose certa de disponibilidade para uma boa leitura. Não sei se chega a ser uma ressaca literária ou simplesmente cansaço mental, mas definitivamente não li este livro em um bom momento. Em outra época, afirmo sem sombra de dúvidas, teria tirado melhores proveitos de uma narrativa tão envolvente quanto essa.

Não sei se minha descrição do enredo será livre de falhas, mas vamos lá. O grande Gatsby é narrado por Nick Carraway, um aristocrata falido que vai a Nova York trabalhar como corretor de títulos. Lá ele conhece Jay Gatsby, um homem rico e extravagante, com passado misterioso e alguns negócios não tão lícitos. Os dois acabam desenvolvendo um relacionamento próximo. Não é uma amizade instantânea, é um sentimento que vai sendo construído e que se firma próximo ao fim. Nick, por mais que tente se manter fiel ao seu juízo de caráter, possui suas ressalvas a respeito de Gatsby, vindo a reconhecer o valor deste último mais tarde. Gatsby é apaixonado desde muito jovem por Daisy, esposa de Tom Buchanan, um rico ex-jogador de polo (salvo engano). Buscando viver a ilusão desse tão sonhado amor por Daisy, Gatsby constrói sua personalidade almejando ser o homem que Daisy desejaria. 

Esta é acima de tudo uma história sobre o materialismo. O protagonista viveu toda a sua existência em busca do sonho americano. Ele ansiava ter um futuro melhor do que o que sua origem permitia, sonhava em conquistar a garota ideal e pertencer a aristocracia, que é retratada com floreios, luzes e encantos. Astutamente, Fitzgerald desenha uma sociedade atrativa até para aqueles que participam da história como mero expectador. Quem não gostaria de participar de uma festa na mansão de Gatsby? Se ele me chamasse, eu já estaria lá. É com a mesma habilidade que o autor nos mostra a realidade dos relacionamentos e da vida burguesa, que pode ser bastante vazia, falsa e efêmera. 

Vemos o enredar de relacionamentos complexos. Cada destino cruzado tem por trás uma história de interesses. Eu tive uma certa dificuldade em distinguir a veracidade das relações e dos sentimentos envolvidos nas conexões sociais. Vemos o autor jogar com a nossa percepção a respeito dos nossos próprios valores. Aquele personagem cujo passado poderia condená-lo, na verdade, revela-se o mais verdadeiro de todos. A mocinha que parece tão imaculada, mostra-se deslumbrada e fria. É uma história alicerçada em julgamentos... E eles não são apenas dos personagens.

A escrita de Fitzgerald é muito rica, é belíssima. Ele sabia construir personagens com uma destreza incomparável, uma sensibilidade notável. Nenhum de seus personagens é plano, eles possuem várias linhas, camadas de sentimentos indecifráveis. Vi personalidades que poderiam muito bem ganhar vida e estar aqui na próxima esquina.

O autor foi tão bem sucedido em sua narrativa, que me peguei cheia de rancor pela Daisy. Não consegui criar simpatia por ela em momento algum, ela sempre me pareceu sonsa, mimada, fútil, leviana, o tipo de pessoa que só sabe o que é ter seus caprichos atendidos. O único momento em que ela parece encantadora é através dos olhos de Gatsby. E não é apenas ela não, praticamente todos os personagens vivem de aparências.

O livro foi escrito em 1925, por isso faz muitas referências a músicas, bandas, acontecimentos, entre outras coisas, da década de 20. Acho importante mencionar que a minha edição traz notas explicando alguns trechos importantes. Achei isso maravilhoso, porque assim nenhum detalhe vai passar sem receber atenção. Se você quiser ler sem olhar as notas, não tem problema, dá para entender todo o contexto do livro e no que não der, a imaginação dá um jeito. Outra coisa interessante é a introdução desta edição, escrita por Tony Tanner, que faz uma análise desta e de outras obras de Fitzgerald.

Eu geralmente não gosto tanto de capas que trazem rostos, porque acho que a edição fica muito datada. Normalmente eu prefiro trabalhos mais abstratos ou de imagens mais panorâmicas, contudo, achei linda a imagem da capa, ela retrata bem o período que inspirou a história, só enriqueceu o livro.

Eu gostei muito desse livro, mesmo com a leitura custosa. Achei rico, cativante, complexo, mas ao mesmo tempo delicado. Sei que tirarei lições para minha vida. Quero relê-lo em outro momento, um momento que possa fazer jus ao seu esplendor.





"Seus pais eram fazendeiros preguiçosos e fracassados - sua imaginação nunca os reconhecera como pais. A verdade era que Jay Gatsby de West Egg, Long Island, havia saído da própria concepção platônica de si mesmo. Ele era um filho de Deus."


Curta nossa página no facebook. Você pode me seguir também no instagram: mariuchajesus

Até a próxima! 

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Quem lê muitos livros faz realmente uma boa leitura?

Até o fim de junho eu li um total de 18 livros. Estava me sentindo bem comigo mesma, orgulhosa de mim e do meu desempenho. 18 livros em um intervalo de 06 meses não é uma quantia assim tão absurda, mas em comparação a outros anos, acho que li bastante para o meu padrão de leitura. No entanto, eu sempre me via desanimar diante das longas listas de leitura alheia. Não é difícil encontrar na blogosfera bloggers e vloggers que leem 63, 66, 87 livros por ano... Com tanta disposição assim dos outros, não tinha como eu não cair na cobrança. E é sempre assim que me sinto, como se fosse a pessoa que menos lê no planeta.

Aí me veio a questão, será que essas pessoas aproveitam absolutamente tudo do que leem? Pode funcionar para elas, não duvido da habilidade e capacidade que essas pessoas têm de absorver os mais diversos conteúdos, mas para mim, infelizmente, não funciona tão bem assim. Cada vez que avanço em uma leitura, me pego esquecendo detalhes triviais da narrativa ou simplesmente não assimilando a história. Isso é um fato, eu não poderia negar. No meu íntimo gostaria de ler muito mais, contudo, sei que esse ritmo de leitura é o máximo para mim, pelo menos por enquanto. Sabendo disso, me nego a sacrificar minha compreensão de um bom enredo em nome dos números. No fim, eles são apenas o que são, números, mas histórias não, elas sempre oferecem muito mais e isso tem que bastar para mim.

Continuo admirando incondicionalmente estas pessoas que conseguem ler uma grande quantidade de livros durante um ano, aproveitando todo o potencial da escrita de um autor, sem perder a qualidade. Gostaria de ser assim também, mas não sou. Quantidade nunca foi sinônimo de qualidade, nem na literatura, nem na vida. Então por que tanta cobrança? Por que desespero para bater tantas metas? Não quero mais me impor culpa porque leio menos, quero simplesmente me recostar no fim do dia, descansar calmamente e me encontrar com aquele livro amigo que me acompanha e aconchega por pouco ou muito tempo, quero a tranquilidade de desfrutar da satisfação de ser intima com um personagem e sentir o significado de cada palavra do texto.

Que seja assim sempre. Se você lê muito, parabéns! Se você lê pouco, continue motivado! E que viva a liberdade, dentro e fora dos livros!

sábado, 5 de julho de 2014

Balanço do mês: Junho

Olá!

Esta é mais uma edição da coluna Balanço do mês


Leituras de Maio:
A lista do nunca (Koethi Zan)
Admirável mundo novo (Aldous Huxley)
Extraordinário (R. J. Palacio)

O que tenho de novo:
O castelo de vidro (Jeannette Walls)
Fahrenheit 451 (Ray Bradbury)
Razão e sensibilidade, Orgulho e preconceito, Persuasão (Jane Austen) - (Volume único. Edição da Martin Claret)


P.S: Todos foram presentes.

O que estou lendo:
Conversando com Mrs. Dalloway (Celia Blue Johnson)

Possíveis leituras para junho:

Eu pretendo terminar de ler Conversando com Mrs. Dalloway e começar O circo mecânico Tresaulti ou Capote: Uma biografia.

O que andei vendo:
(Os itens marcados com * são revisão. Trocando em miúdos, já foram vistos antes).

Filmes:
X-Men - Dias de um futuro esquecido
A culpa é das estrelas

Séries:
Law & Order: SVU
Drop Dead Diva (6ª temporada) - Fim de série

Apareceu no Ainda Leio:
Comecei o mês criando um post especial no clima dos namorados, foi um top 5 com meus casais preferidos da ficção, para ver o post clica aqui! Depois postei meus comentários acerca do filme A culpa é das estrelas e dos livros A esperança e O fantasma de Canterville. Também apareceu por aqui um post falando sobre o lugar onde preparo minhas atualizações para o blog, você pode lê-lo aqui.


No próximo mês eu volto com mais um Balanço do mês.

Até!